segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

É como respirar

















Talvez eu tenha um dom,

Talvez não.

Talvez eu apenas seja bom em enrolação,

Quem sabe?


Só sei que as palavras vêm a minha cabeça,

Escorrem pelos meus braços,

Vão até a ponta do lápis

E então acontece.


Linha após linha,

A obra é escrita.

Já não é mais uma vontade,

É uma necessidade.


Tentar segurar esse impulso,

É como tentar barrar a água em um cano

Pode funcionar por um tempo, mas em algum momento,

Ela encontra uma fresta e sai.


Depois de pronto,

Tem sempre aquele que lê.

E por fim comenta:

Nossa! Ficou muito bom.


Mas esse mesmo que elogia,

Logo pergunta e afirma:

Foi você mesmo quem fez?

Não acredito.


É sempre assim a vida de um autor

Ele compõe, ele escreve.

Muitos gostam e elogiam,

E muitos duvidam dele.


Mas quer saber na franqueza?

Isso para mim pouco importa.

Porque afinal de contas,

Eu não escrevo para ninguém, além de mim mesmo.






(Thiago Sansil)

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