Talvez eu tenha um dom,
Talvez não.
Talvez eu apenas seja bom em enrolação,
Quem sabe?
Só sei que as palavras vêm a minha cabeça,
Escorrem pelos meus braços,
Vão até a ponta do lápis
E então acontece.
Linha após linha,
A obra é escrita.
Já não é mais uma vontade,
É uma necessidade.
Tentar segurar esse impulso,
É como tentar barrar a água em um cano
Pode funcionar por um tempo, mas em algum momento,
Ela encontra uma fresta e sai.
Depois de pronto,
Tem sempre aquele que lê.
E por fim comenta:
Nossa! Ficou muito bom.
Mas esse mesmo que elogia,
Logo pergunta e afirma:
Foi você mesmo quem fez?
Não acredito.
É sempre assim a vida de um autor
Ele compõe, ele escreve.
Muitos gostam e elogiam,
E muitos duvidam dele.
Mas quer saber na franqueza?
Isso para mim pouco importa.
Porque afinal de contas,
Eu não escrevo para ninguém, além de mim mesmo.
(Thiago Sansil)
Nenhum comentário:
Postar um comentário